sábado, 13 de setembro de 2008

um ponto de vista

Falo, penso, escrevo desde o meu estreito ponto de vista de paulistana indisfarçável, que jamais se aventurou a passar mais de um mês longe desta cidade de São Paulo.
Também do ponto de vista da classe média, católica, adestrada, que segue o rumo oferecido pelo sistema sem muito questionar, sendo cúmplice, embora com imenso poder de adaptação e readequação aos mais variados contextos.
Talvez uma estranha curiosidade que habita o meu ser tenha me levado a procurar saber mais, a exigir mais, a querer ser mais. Talvez uma certa sensação de que eu deveria ir além, um pensamento de que o pouco não é suficiente, e uma intuição, nem sempre clara, de que o caminho poderia ser este ou aquele.
Dada a minha situação de ser e ter sido, posso seguir com minhas ousadias semânticas sem o risco de ser mal interpretada, já que a compreensão de uma mensagem implica não apenas em possuir um repertório adequado a certa proposição, mas também em saber desde quais referenciais o outro diz.
Minhas palavras podem parecer ficção aos olhos de alguns, ou verdades inalcançáveis para outros, ou ainda, um idioma desconhecido qualquer. Para mim, elas são o que são, e deixarão tantas mensagens quantos forem os seus invisíveis leitores. Pois essa é uma das leis que regem a vida: tudo o que é existente (salvo aquilo que provém da interferência humana industrial) é único.
Se as pessoas são únicas, com suas cadeias de DNAs formadas especialmente para cada uma delas, também o são as suas maneiras de compreender aquilo que lêem. E aquilo que observam. E as situações por elas vividas.
São tantas as possibilidades, tantas e tão diferentes as compreensões... As minhas registro aqui, nestas páginas, e as ofereço humildemente, para que quiser conhecer um novo olhar.

Crédito da imagem: Débora Cristina Vidotti

3 comentários:

Anônimo disse...

uma voz que se expressa, palavras escritas... é assim que se forma a realidade... depende de nós mesmos.. adoro suas palavras

Clara disse...

Suas palavras são mágicas e explicam bem a realidade, muitas pessoas não conseguem se expressar e guardam para si, suas experiências e suas expectativas e vão seguindo sem se manifestar...sem questionar...só aceitando

Nilza disse...

Tudo muito verdadeiro!! É se expressando assim que despertamos nas pessoas o "pensar" e o "buscar" da realidade